Fazendo parte do mês de comemoração dos 63 anos de Aratiba, durante uma semana, a comunidade se reuniu em torno do Acampamento Farroupilha, instalado na Praça Central da cidade. Shows, gaitaços, apresentações típicas envolveram artistas locais e da região em torno da cultura gaúcha. E neste ano, pela primeira vez os 18 meninos e meninas atendidos pela APAE do município participaram das comemorações. Para chegar ao palco do Acampamento se dedicaram muito aos ensaios, coordenados pela acadêmica de Pedagogia da UFFS, Gabriela Bugs, que está fazendo estágio na APAE. Gabriela faz parte da invernada artística do Grupo Nativo Querência das Águas e usou todo o seu conhecimento sobre as danças gauchescas para ensinar os passos, a coreografia e a forma de se apresentar em público. Além da Gabriela, muitas pessoas se envolveram para que a APAE pudesse se apresentar pela primeira vez na Semana Farroupilha. As vestimentas foram emprestadas por pessoas da comunidade. Vestidos, botas, lenços, guaiacas, bombachas, tudo o que era necessário para que a indumentária estivesse completa foi cedido para o grupo. Cinco salões de cabeleireiros aceitaram fazer um dia de doação para maquiar e pentear as meninas. “Algumas tinham usado maquiagem pela primeira vez e a sua reação emocionou os profissionais dos salões”, conta a pedagoga da APAE, Jaqueline Scheer Brandão. No dia da apresentação a expectativa era muito grande. Todos subiram ao palco, fizeram a dança de entrada e em pares com os integrantes do Grupo Querência das Águas dançaram o maçarico. Foi um momento de emoção para todos que estavam assistindo. O grupo se mostrou tão satisfeito e à vontade, que em seguida, convidou parte do público para subir ao palco e dançar. Jaqueline diz que “não só mostraram que são capazes, mas que a integração com a comunidade é bonita e possível, basta que não haja preconceito”. E esta foi só a primeira apresentação. Durante a Semana Farroupilha o grupo passou a tarde no CTG Galpão Crioulo e se apresentou para os alunos da Escola Estadual de Educaçao Básica. Jaqueline, que trabalhou 28 anos como professora alfabetizadora e agora atua na APAE tem bastante contato com as famílias dos que são atendidos. “Para eles foi um caso muito especial, noto que todos se sentiram valorizados e orgulhosos dos filhos. Para as crianças então, foi um acontecimento, tanto que um deles disse que, agora, se sente um verdadeiro gaúcho”, conta. Agora, animados com a primeira experiência se preparam para uma nova apresentação. Vai ser no dia 24 de novembro, durante o jantar dançante da APAE, que vai reunir as famílias e a comunidade para comemorar os 16 anos da entidade. Desta vez a integração será com o Coral Juvenil de Aratiba. Os ensaios com o coral e o regente, professor Iguatemi, já começaram.